Bursite e Tendinite

PATOLOGIAS DO OMBRO E COTOVELO

Tudo sobre Bursite e Tendinite

O que é a Bursite?

As tendinites e bursites são causas frequentes de dor nos ombros e cotovelos.

Bursite é a inflamação da bursa, uma “bolsa” serosa presente em diversas articulações (ombro, cotovelo, joelho, quadril, entre outras), tem a função de diminuir o atrito e facilitar o deslizamento dos tendões e ossos durante os movimentos articulares.

Essa inflamação pode ser consequência de alterações estruturais nas articulações, desequilíbrio das forças musculares ou também decorrente de sobrecarga em atividades esportivas ou trabalhistas.

No ombro a bursa mais a cometida é a subacromial, sujeita a impactos durante os movimentos de elevação do ombro. Já no cotovelo a localização da bursa olecraniana também a predispõe a processo traumáticos, uma vez que é nesse local que apoiamos o cotovelo durante atividades corriqueiras.

Figura 1: Bursa subacromial, comprimida durante o movimento de elevação do ombro

Figura 2: Bursa olecraniana, local de apoio do cotovelo, sujeita a bursite inflamatória

Quais os sintomas?

O principal sintoma das bursites é a dor, em casos mais intensos podem ser notadas perda de força e limitação dos movimentos articulares. As bursas que estão mais superficiais, ou seja, mais próximas a pele, como a bursa olecraniana do cotovelo, o aumento de volume também pode ser observado, muitas vezes acompanhado de calor e vermelhidão local.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, através de história clínica e exame físico. Exames de imagem como radiografias, ultrassom e ressonância podem confirmar o diagnóstico além de excluir outras doenças, porém não são necessários par ao inicio do tratamento.

Tratamento

O tratamento conservador com orientações, repouso e uso de medicamentos, muitas vezes apresenta bons resultados. Em casos resistentes ao tratamento, punções e infiltrações podem ser úteis, causando melhora dos sintomas e possibilitando o esvaziamento de grandes volumes bursais, mais comum na bursite olecraniana. Raramente o tratamento cirúrgico pode ser empregado, sendo a técnica utilizada dependente da localização da doença.

Figura 1: Infiltração da bursa olecraniana no cotovelo.

Figura 2: Infiltração da bursa subacromial no ombro Bursite e tendinite.

Tendinite do ombro.
O que é?

A tendinite, por sua vez, é a inflamação do tendão. O tendão é a estrutura responsável pela conexão dos músculos aos ossos, permitindo maior resistência durante os movimentos. Devido a grande demanda de movimentos, alguns tendões estão mais sujeitos a processos inflamatórios e degenerativos, dentre eles os tendões do ombro (manguito rotador e bíceps) e do cotovelo (epicondilite medial e lateral).

A tendinite é a causa mais comum de dor no ombro. Os tendões do manguito rotador (supra-espinhal, infra-espinhal, subescapular e redondo menos) e do cabo longo do bíceps são os mais acometidos pelos processos inflamatórios nesta articulação. Outros tendões como o peitoral maior, tríceps e deltoide também podem ser afetados.

Existe também a possibilidade de ocorrência da tendinite calcárea, caracterizada por processo inflamatório decorrente de depósito de calcificação nos tendões, sendo mais comum no supra-espinhal.

As tendinites do cotovelo também são bastante frequentes, sendo as mais comuns as epicondilites lateral e medial (“cotovelo do tenista” e “cotovelo do golfista” respectivamente), e menos frequentemente são acometidos os tendões distais dos músculos bíceps e tríceps. Leia o artigo Epicondilite Lateral e saiba mais.

Figura 1: Grande mobilidade articular do ombro.

Quais as causas?

Para entender melhor o processo de inflamação e degeneração dos tendões do ombro, é importante o conhecimento da anatomia. Os tendões estão localizados no espaço subacromial, delimitado na parte superior pelo acrômio (processo ósseo da escápula), e na parte inferior pela cabeça do úmero (osso do braço). Com isso, movimentos de elevação do ombro, alterações anatômicas que diminuem esse espaço, assim como o desequilíbrio muscular, podem predispor a traumatismo repetitivo nos tendões, causando tendinopatias. Esse processo de traumatismo no espaço subacromial chamamos de Síndrome do Impacto.

Sabemos também que as tendinites podem ser decorrentes de alterações biomecânicas no ombro (como alterações do espaço subacromial e desequilíbrio muscular), fatores relacionados a atividade do paciente (trabalho e esporte), assim como fatores biológicos individuais que podem predispor alguns pacientes a maior risco de alterações nos tendões.

Sintomas

A queixa mais comum dos pacientes com tendinite do ombro é a dor, com característica de piora aos movimentos, ao deitar e aos esforços. A dor pode irradiar para a parte lateral do braço e para a região posterior do ombro, próximo a escápula, além da região cervical. Casos mais graves podem apresentar perda de força e dificuldade para alguns movimentos.

Diagnóstico

A suspeita do diagnóstico pode ser feita por ortopedista especializado. Exame físico detalhado e exames subsidiários podem confirmar o diagnóstico. Normalmente as radiografias não apresentam grandes alterações, porém o ultrassom e a ressonância podem fechar o diagnóstico, além de excluir a possibilidade de outras doenças.

Tratamento

O primeiro passo para o tratamento das tendinites é identificar, através de história clínica e exame físico, a causa do problema. Isso permite individualizar o tratamento, respeitando características individuais e as necessidades diárias de cada paciente. A gravidade do quadro, avaliada pela intensidade dos sintomas de dor e perda funcional também de ser considerado.

O tratamento inicial deve sempre ser conservador, tendo como enfoque principal a reeducação de atividades rotineiras, com alterações de vícios posturais, repouso nos quadros dolorosos, uso de medicamentos e fisioterapia.

Nos casos resistentes ao tratamento conservador, outras modalidades terapêuticas podem ser utilizadas, como infiltrações, e até mesmo o tratamento cirúrgico.
Em casos de tendinopatia crônica, ou rupturas sintomáticas dos tendões do manguito rotador, o reparo dos tendões por via artroscópica ou aberta pode ser utilizada. O mesmo tratamento pode ser proposto para aqueles pacientes com tendinopatia calcária resistentes ao tratamento conservador.

Existe prevenção?

Sim, existe prevenção. Manter vida saudável, com pratica de exercícios físicos regulares, cuidados com alongamentos, fortalecimento e postura correta durante atividades diárias, de trabalho e esportivas, são a melhor forma de prevenção. Consulte um especialista, ele poderá te orientar.