A articulação acromioclavicular é responsável pela comunicação da porção mais lateral da clavícula com o processo acromial da escápula, proporcionando sustentação para o membro superior e estabilidade para sincronizar os movimentos do ombro.
As luxações da articulação acromioclavicular geralmente são ocasionadas por trauma direto sobre o ombro, sendo os acidentes motociclísticos e esportivos as causas mais comuns, totalizando aproximadamente 40% das lesões esportivas que acometem os ombros.
É mais frequente em adultos jovens do sexo masculino, e os sintomas são dor sobre o ombro, associado ou não a edema e deformidade aparente. Casos de luxações mais graves é possível observar aparência de “ombro caído”, ficando evidente a clavícula sobressalente.
O diagnóstico é feito através de radiografias (Raio-x) com facilidade, casos especiais em que o médico necessite de um melhor estudo em relação as características da fratura, a tomografia computadorizada pode ser útil.
Lesões associadas podem ocorrer, como fraturas na região do ombro, costelas, lesões no plexo braquial, contusão pulmonar e traumatismos cranianos decorrentes do trauma.
As luxações acromioclavicular são classificadas de acordo com sua gravidade, sendo a classificação mais aceita aquela popularizada por Rockwood em 1984, que subdividiu as luxações em seis tipos, ditando assim sua sugestão de tratamento.
As luxações mais simples (tipos 1 e 2), com menor desvio da clavícula, são classicamente tratadas de forma conservadora (não cirúrgica), com tipóia e repouso relativo das atividades com o ombro, e tão cedo seja possível, o processo de reabilitação em fisioterapia pode ser iniciado, sendo possível o retorno precoce as atividades habituais.
Nos casos mais graves, com maior deslocamento entre a clavícula e o acrômio (tipos 4 e 5), o tratamento cirúrgico é o mais indicado, principalmente em pacientes em idade ativa. Para o tipo 3, os estudos ainda são inconclusivos, sendo a decisão tomada em conjunto com informações relativas as atividades de vida diária do paciente, assim como suas expectativas em relação ao tratamento.
Com isso as lesões do tipo 3 devem ser tratadas de forma individualizada, tendo uma tendência ao tratamento cirúrgico para aqueles pacientes com necessidade de alta demanda para atividades esportivas e de trabalho. Já as luxações tipo 6 são extremamente raras, e seu tratamento também é cirúrgico.
São inúmeras as técnicas cirúrgicas para o tratamento das luxações acromioclaviculares, sendo a prática clínica do cirurgião, materiais disponíveis e o tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento, condições para a escolha da melhor técnica para cada paciente.
De modo geral, a reconstituição da anatomia com o reposicionamento da articulação, reparo e reconstrução ligamentar, associado a técnicas de fixação da articulação, são os métodos mais utilizados para o tratamento.
O retorno dos pacientes as suas atividades esportivas e de trabalho podem ser rápidos em luxações mais simples, com prazo de retorno de até duas semanas. Porém para casos mais graves, submetidos a tratamento cirúrgico, o retorno às atividades pode levar entre 4 e 6 meses até a plena recuperação.
As complicações mais frequentes relacionadas as luxações acromioclaviculares são a deformidade e dor residual na articulação. Artrose acromioclavicular e dores musculares relacionadas ao mal posicionamento da escápula também são relatados pelos pacientes.
Tão logo seja diagnosticado, o pronto tratamento dessas lesões pode significar um retorno mais precoce as funções normais. Procurar um especialista em cirurgia de ombro é muito importante para o bom andamento do tratamento.
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